Manuel Maria Barbosa du Bocage...Passam hoje 200 anos sobre a sua morte!
Já bocage não sou!... Á cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa...Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse pura!
Eu me arrependo; a Língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui...A Santidade
Manchei!...Oh! Se me crestes, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!
In "Poesias" de Bocage
1765/1805
Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um poeta português, nascido em Setúbal, dotado de raras faculdades de inspiração, deixou uma obra imensa.
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