terça-feira, dezembro 20, 2005

Manuel Maria Barbosa du Bocage...Passam hoje 200 anos sobre a sua morte!


Já bocage não sou!... Á cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa...Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse pura!

Eu me arrependo; a Língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:

Outro Aretino fui...A Santidade
Manchei!...Oh! Se me crestes, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

In "Poesias" de Bocage
1765/1805

Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um poeta português, nascido em Setúbal, dotado de raras faculdades de inspiração, deixou uma obra imensa.